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Estado de Minas

Gaema: Economia não afasta racionamento de água


postado em 04/03/2014 19:01

Sorocaba, 04 - A economia de dois mil litros de água por segundo obtida com o bônus dado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para usuários do Sistema Cantareira não é suficiente para afastar a necessidade de medidas emergenciais de redução de consumo, como o rodízio ou racionamento. A opinião é do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público Estadual em Piracicaba, que reúne quatro promotores de Justiça. "É uma economia importante, mas muito menor do que se precisa", disse o promotor Ivan Carneiro Castanheiro.

Segundo ele, apesar da redução obtida no consumo, a Sabesp continua usando o banco de águas do Sistema Cantareira, já que o nível do reservatório está mais baixo a cada dia - nesta terça-feira, 4, voltou a baixar para 16,2%. "A manutenção das elevadas retiradas pela Sabesp acarretará o esgotamento do reservatório em curto período de tempo, comprometendo não só o abastecimento da Grande São Paulo, mas de todos os municípios da bacia do Piracicaba", disse. Nas regiões de Piracicaba e Campinas, segundo ele, muitos municípios já adotaram o racionamento e alguns deles dependem exclusivamente do Sistema Cantareira. "É necessário estender a medida à Grande São Paulo", disse.

O Gaema acompanha as gestões do Comitê de Bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) no âmbito de um inquérito civil que discute a renovação da outorga (uso da água) do Sistema Cantareira. De acordo com Castanheiro, não há como ter certeza de que as medidas adotadas até agora serão suficientes para garantir o abastecimento, já que não existe previsão de quando vai terminar o período de estiagem. "A cada dia que se prorroga a adoção de medidas emergenciais, como o racionamento ou, se preferir, o rodízio, vai piorando o sistema e aumentando o risco de esgotamento."

A posição do Gaema também é contrária ao uso da reserva técnica de água - o chamado volume morto - das represas do Sistema Cantareira, já autorizado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, caso os reservatórios sejam consumidos integralmente as represas podem levar cinco anos para se recuperarem e muitas cidades vão ficar sem abastecimento. Além de ser uma água com alto teor de sedimentos e de menor qualidade, há suspeita de concentração maior de metais pesados nas águas do fundo dos reservatórios.


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