Em 2014, foram tímidas as iniciativas fora do centro expandido. Algumas até já são tradicionais, como a 6.ª edição do carnaval de rua de Parelheiros, na zona sul, que tem organização da SPTuris e deve sair hoje pelas ruas do bairro.
Alternativa às fantasias caras e à necessidade de ensaios periódicos das escolas, os blocos tendem a surgir onde faltam opções de lazer. “Na medida em que essa onda prolifera nas regiões de classe média e alta, tenderá a crescer para bairros periféricos, o que vem ao encontro do debate dos ‘rolezinhos’, criados por jovens e adolescentes que moram na periferia”, afirma Alberto Ikeda, professor de Etnomusicologia e Cultura Popular do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Convidar amigos pelas redes sociais, marcar locais de encontro e combinar as roupas não é típico apenas dos “rolezinhos”. Essas também são características dos blocos. “Com os meios eletrônicos de comunicação, a tendência é que os blocos se expandam. O carnaval está recuperando a sua espontaneidade, o que permite que mais grupos apareçam de formas diferentes”, afirma Zélia Lopes da Silva, professora do departamento de História do câmpus de Assis da Unesp.
Já a historiadora Maria Apparecida Urbano, autora do livro Carnaval e Samba em Evolução na Cidade de São Paulo, acredita que os blocos vão, com o tempo, se juntar, como já ocorreu no Recife e em Salvador, onde há vias reservadas para todos os blocos. “Eles devem se juntar para ter mais força e mais público.
Folia
Neste ano, a Prefeitura cadastrou os blocos de rua para viabilizar a infraestrutura no entorno das festas. Segundo o Município, 172 blocos se inscreveram. A folia, no entanto, ainda não terminou. Mais 23 blocos devem sair na cidade nos próximos dias..