A decisão de libertar o ator foi da 33ª Vara Criminal, após o delegado titular da 25ª Delegacia Policial (Engenho Novo) do Rio, Niandro Lima, pedir um habeas corpus. Vinícius estava detido em uma cadeia pública de São Gonçalo, na região metropolitana da capital fluminense. A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) vai apurar se houve irregularidades na prisão de Vinícius Romão. Em uma nota burocrática, a corporação informou que uma investigação preliminar deve avaliar as condutas do policial civil Waldemiro Antunes de Freitas Junior, da 11ª DP (Rocinha), responsável pela abordagem do ator e pelo registro da ocorrência, e do delegado de plantão William Lourenço Bezerra, que fez o flagrante.
No dia 10, Vinícius tinha acabado de deixar a loja em que trabalha quando foi abordado por dois policiais em uma rua do Méier, na Zona Norte. O ator foi obrigado a se deitar de bruços no chão e, em seguida, foi levado à 25ª DP.
Para Fabiano Monteiro, professor de antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador da organização não governamental (ONG) Viva Rio, o fato de o jovem ser negro facilitou a negligência policial. “Tanto a Polícia Civil quanto a Militar fazem ligação direta entre negritude e pobreza. Uma vez pobres, esses cidadãos seriam menos capazes de acionar seus direitos, como a corregedoria, a Justiça ou mesmo a opinião pública, e, portanto, esses agentes poderiam ser mais negligentes”, teoriza o pesquisador..