O público que estiver presente na Passarela Professor Darcy Ribeiro, nome oficial do sambódromo, poderá ver um cortejo que reunirá integrantes de todas as escolas dos grupos especial e A. São as agremiações que há anos têm o privilégio de desfilar na Marquês de Sapucaí ao longo dos quatro dias de carnaval.
A abertura da festa será com a já tradicional lavagem da pista do sambódromo, que todos os anos ocorre antes do desfile da primeira escola no carnaval. Segundo a Riotur, a antecipação ocorre em razão da celebração dos 30 anos da passarela. A cerimônia ganhará um toque especial, com tambores e clarins anunciando a chegada das mães de santo.
Lideradas por Maria Moura, antiga integrante da ala das baianas da Imperatriz Leopoldinense, as mães de santo vão limpar a pista com água de cheiro – mistura de águas do mar, de cachoeira e de rio -, usando vassouras feitas de ervas. Em seguida, entrará o cortejo, tendo à frente a imagem de São Sebastião, padroeiro da cidade.
Ao som de sambas-enredos que marcaram o carnaval carioca e de uma bateria formada por 120 ritmistas de diferentes escolas, vão se apresentar todos os casais de mestre-sala e porta-bandeira das agremiações dos grupos especial e A. Na sequência, o desfile terá a participação de um grupo de crianças e de 35 casais representando as velhas-guardas. Depois será a vez de 30 baianas, carregando palmas brancas e vermelhas, que vão defumar a passarela com incenso.
Numa demonstração do sincretismo religioso brasileiro, Padre Jorjão abençoará a Sapucaí, rezando o Pai-Nosso com o público, e Tia Nilde, da Mocidade Independente de Padre Miguel, fará uma oração invocando Xangô e Iansã, os orixás que regem o ano de 2014.
Para o secretário especial de Turismo da prefeitura e presidente da Riotur, Antonio Pedro Figueira de Mello, o aniversário merece ser comemorado.
Em 2011, o sambódromo teve sua capacidade ampliada de 60 mil para 72.500 pessoas, em razão da demolição de quatro prédios da antiga fábrica da Cervejaria Brahma. Na época da construção, em 1983, durante o primeiro governo fluminense de Leonel Brizola, o projeto de Niemeyer precisou ser modificado por causa da existência da fábrica em um longo trecho no lado par da passarela.
Com a obra, financiada pela Ambev, ao custo de R$ 30 milhões, o lado par ganhou quatro módulos de arquibancadas, além de frisas e camarotes. E o sambódromo também foi reconhecido como equipamento olímpico: em 2016 será o palco da chegada da maratona das competições olímpicas e paralímpicas de tiro com arco..