A notícia foi publicada na segunda-feira, 17, no site da própria Nature, que informou estar investigando o caso também. A pesquisa em questão, liderada pela jovem bióloga Haruko Obokata, apresenta uma nova técnica para conversão de células adultas em células pluripotentes - equivalentes às células-tronco embrionárias, com capacidade para se diferenciar em qualquer tipo de tecido do organismo.
Seria, segundo o trabalho, uma técnica mais simples e segura, baseada apenas na exposição das células a um meio de cultura de pH mais ácido; sem a necessidade de manipulações genéticas ou da clonagem de embriões humanos. Parecia ótimo, até que vários pesquisadores de outros laboratórios começaram a tentar reproduzir a técnica e não conseguiram. Também surgiram denúncias na internet de que algumas das imagens técnicas do trabalho estariam adulteradas.
Alguns coautores defenderam o trabalho, dizendo se tratar de erros não intencionais e irrelevantes para as conclusões da pesquisa. Haruko não fez qualquer declaração. Há menos de um ano, um outro trabalho de grande repercussão, que descrevia a primeira clonagem de embriões humanos para obtenção de células-tronco, passou pelo mesmo problema. Foram identificados erros na redação do trabalho, mas os resultados, no fim, foram considerados válidos.
O grande escândalo ocorreu dez anos atrás, quando o sul-coreano Hwang Woo-suk publicou dois trabalhos totalmente forjados sobre a mesma clonagem de embriões humanos.