A reportagem da Rádio Estadão constatou que parte dos novos moradores acaba mendigando, enquanto outra parte pede apoio a entidades religiosas. O pernambucano José de Lima, de 48 anos, chegou há três semanas, vindo de Gravatá. Sentado em um banco, aguardando o almoço servido por voluntários da Cristolândia, entidade religiosa que atua na área, ele afirma já ter encontrado apoio. Tô encontrando ajuda e emprego, eu tô procurando me adaptar, não é muito fácil. Willian, de 30 anos, que veio de Goiás, também procura emprego. Inscrito nas frentes de trabalho do De Braços Abertos, ele ainda espera uma colocação e sobrevive de doações.
Recuperação.
Parte dos viciados busca cura da dependência. Pra me libertar do meu vício de droga, que eu tenho, é só no caminho de Jesus, e aqui eu tô conhecendo Jesus, disse Fernando, de 27 anos, vindo de Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Comerciantes e trabalhadores da região disseram que, com o início do projeto De Braços Abertos, há maior circulação de usuários de crack.
Não existem números oficiais de migrantes na Cracolândia. A secretária de Assistência Social, Luciana Temer, diz que não se pode afirmar que a ação da Prefeitura atraia viciados à região. Se você andar por São Paulo inteira, você vai encontrar exatamente esta característica: gente do Maranhão, da Paraíba, do Rio Grande do Sul. E eu, como o prefeito (Fernando Haddad), não acredito que a migração aconteça por causa do programa, afirmou.
Haddad, no entanto, disse que existem indícios da migração. Durante balanço da operação De Braços Abertos, na sexta-feira, ele afirmou estar confiante de que o governo federal possa ajudar outras cidades. Municípios poderão eventualmente acionar recursos federais para estabelecer programas nesses moldes. Isto, para nós, da Região Metropolitana, é fundamental, porque vai impedir que as pessoas venham para cá, (vai permitir) que as pessoas possam ter programas similares nas suas localidades, disse. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..