Guerra fazia parte de um grupo de 34 médicos cubanos destinados a 22 cidades do Vale do Ribeira, a região mais pobre do Estado. Moradores do bairro Peri Peri, que ele atendia, estão sem atendimento médico desde o dia 26 de janeiro, quando o cubano deixou a cidade de 18.522 habitantes. O bairro, um dos mais carentes, tem cerca de três mil moradores. De acordo com o diretor de Saúde, o município não dispõe de médico para substituir o cubano, por isso pediu a reposição. Outros dois profissionais cubanos destinados à cidade continuam atendendo em unidades da área urbana e da zona rural.
O sumiço do cubano surpreendeu os moradores e a própria prefeitura. Ele deixou a cidade de madrugada e as informações sobre a viagem são contraditórias.
O servidor público Josué Alves disse que o médico, embora jovem, atendia sem pressa e agradava os pacientes. "Minha mãe, que mora no bairro Vila Nova, ia até a Unidade Básica de Saúde do Peri Peri para ser consultada por ele." Funcionária da saúde, Érika Sumoyama disse que o cubano era uma pessoa educada e muito profissional. "Quem era atendido por ele só falava bem." Pelo Facebook, Guerra informou a ela que estava nos Estados Unidos e "estava bem", mas não disse por que deixou o Brasil.
Embora continue apostando no Mais Médicos, a prefeitura abriu concurso público para a contratação, por conta própria, de três médicos para o Programa Saúde da Família, o mesmo em que atuam os cubanos. Seis candidatos se inscreveram a fazem a prova neste domingo, 16. De acordo com Souza, os cargos foram criados para suprir as lacunas no setor, já que a falta de médicos é recorrente na região. "Todas as cidades têm dificuldade para segurar esses profissionais e nem sempre a questão é salarial.".