Entre as medidas estão a aplicação de multas por desperdício, além da cobrança para que entidades que representam as indústrias e os grandes produtores rurais estimulem o uso racional da água.
Em reunião hoje, o grupo formado pela Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão estadual, pela Sabesp, e pelos comitês das bacias do Alto Tietê e dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) também vai avaliar a possibilidade de usar o chamado "volume morto" (o fundo dos reservatórios) do manancial, conforme antecipou o Estado.
Serão apresentados laudos técnicos sobre a "vida útil" do Cantareira em diferentes simulações, como no cenário atual, mantendo-se a quantidade de água retirada dos reservatórios e o volume diário de chuva, ou utilizando a captação da reserva profunda, que tem cerca de 200 bilhões de litros.
Para os órgãos que gerenciam os recursos hídricos, porém, a maior preocupação não é com o abastecimento hoje, mas se haverá água suficiente para o período de estiagem, no meio do ano. Ontem, o Cantareira estava com 19,4% da capacidade, o menor nível da história.
Dentro do governo, a apreensão diante de um eventual racionamento aumenta à medida que as fortes chuvas previstas para a segunda quinzena deste mês vão se afastando para o início de março. Historicamente, quando um verão é seco, a estiagem costuma se agravar entre o outono e o inverno.
Por isso, o comitê anticrise vai incentivar que outras concessionárias de abastecimento da Grande São Paulo adotem medidas como a da Sabesp, que economizou 302 milhões de litros na primeira semana. Além disso, como as empresas não podem multar quem desperdiça água, será discutido também o estímulo para que as prefeituras aprovem leis que apliquem sanções para coibir abusos.
Bombardeio
Vislumbrando o cenário pessimista, a Sabesp decidiu gastar R$ 4,47 milhões por um serviço de bombardeamento de nuvens para indução de chuvas artificiais no Cantareira pelos próximos dois anos. Até sexta-feira, contudo, dos cinco voos feitos pela empresa Modclima Pesquisa e Desenvolvimento na região de Bragança Paulista, apenas dois resultaram em precipitações - sem quantidade suficiente para elevar o nível do Cantareira. O Estado revelou, na semana passada, que a empresa usa o serviço.
Barragens
Ontem, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, disse que está em curso a licitação para construir as barragens de Pedreira e Duas Pontes, na região de Piracicaba, com capacidade para até 75 bilhões de litros. As informações são do jornal
O Estado de S.