Andrade foi o primeiro jornalista morto em decorrência dos protestos. Desde então, a quantidade de pessoas que rejeitam as táticas nas redes sociais tem aumentado: "assassinos", "vândalos" e "vagabundos", passaram a ser palavras recorrentes na página no Facebook.
Apesar de os black blocs serem os mais conhecidos, o sociólogo da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Paulo Baía mapeou 19 grupos que usam a "violência revolucionária", alguns ligados a partidos políticos. Para ele, a redução da adesão popular aos movimentos não implicará em mudanças na tática. "Ao contrário do que pensa a maioria da sociedade, eles acreditam na violência como forma de transformação social." Baía acredita que Fábio Raposo e Caio de Souza, que manusearam e detonaram o explosivo, não sejam adeptos das táticas black blocs. "Pelo passado policial, pelas roupas e o comportamento, eles pertencem a outros grupos que praticam violência há muito tempo."
A professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano acompanha os protestos desde que começaram, no ano passado.
Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), diz que o aumento contínuo da violência e a falta de diálogo com o poder público reduziram o apoio popular aos protestos. "A morte do cinegrafista virou instrumento do jogo político e cada lado vai usá-la para fortalecer os próprios argumentos. Assim, a lógica da violência prevalece." As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..