Jornal Estado de Minas

Jovens e lojistas de São Paulo prometem organizar rolezinhos com regras

Jovens de bairros da periferia de São Paulo e representantes de shopping centers anunciaram ontem que os rolezinhos na capital paulista passarão a ser feitos em conjunto e de forma organizada. A ideia é combinar a data e o horário com o shopping, que destinará o local específico para o rolê, com base no número de participantes previsto. Assim, eventos com até 500 pessoas, por exemplo, poderão acontecer dentro de determinado shopping, enquanto os com 5 mil serão feitos no estacionamento. As análises pelos shoppings que aderirem serão feitas caso a caso.
O acordo foi selado em reunião intermediada pela Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial e representante do Ministério Público. “Eles (os jovens) estavam dispostos a ter uma relação tranquila com os shoppings”, disse o secretário da Igualdade Racial, Netinho de Paula (PCdoB). Segundo ele, os rapazes reclamaram da falta de espaços públicos que atraiam jovens da periferia. O objetivo é pôr fim aos desentendimentos gerados nos últimos rolezinhos: de um lado, corre-corre e tumulto causado pelos jovens e, de outro, shoppings entrando na Justiça e fechando as portas.

Participaram da reunião cerca de 15 jovens, escolhidos por terem milhares de seguidores nas redes sociais. Da parte dos shoppings estiveram presentes Luiz Fernando Veiga, presidente Associação Brasileira de Shopping Centers, e representantes do Shopping Metrô Itaquera. A associação, segundo Luiz Fernando, não pode impor o acordo a shoppings que não foram à reunião, mas irá orientá-los.

Eventos maiores serão feitos em parques e praças. Para isso, será marcada na semana que vem uma reunião com as secretarias da Cultura e da Segurança. Os jovens se comprometeram ainda a orientar seus seguidores nas redes sociais a evitar violência e tumulto e a retirar do meio dos rolezinhos pessoas mal-intencionadas.