Jornal Estado de Minas

Policiais federais fazem paralização nacional no "Dia das Bruxas da PF"

Correio Braziliense

Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal paralisaram as atividades nesta quinta-feira, mas os serviços essenciais e de atendimento ao público não serão interrompidos. O protesto, bem-humorado, terá como mote “O Dia das Bruxas na PF”. Em vários estados como São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e no Distrito Federal, eles se encontram em frente às superintendências da PF, a partir das 9h30min.


Vestidos de monstros, vão, em seguida, distribuir panfletos nos aeroportos, para explicar à sociedade que estão sendo boicotados pelo governo da presidente Dilma Rousseff como castigo pelas operações anticorrupção.

 

Nas regiões Norte e Nordeste, os policiais doarão sangue e arrecadarão mantimentos para distribuir à população carente.

“Os motivos dos protestos vão desde o descaso com a reestruturação das carreiras à quantidade insuficiente de efetivo. No último domingo, no aeroporto de Brasília, havia apenas um colega”, contou o presidente da Federação Nacional (Fenapef), Jones Leal. Ele se queixou do repasse desnecessário das competências da PF para o Exército e para a Força Nacional e do “sucateamento institucional do órgão, por meio de corte de investimentos, terceirizações ilegais e principalmente desvalorização do investigador da PF em relação às demais carreiras públicas”.

Segundo Leal, os dados oficiais do Ministério do Planejamento confirmam que os agentes federais receberam na última década a metade dos reajustes concedidos às demais carreiras do Executivo. A queda na remuneração causou evasão recorde de servidores. Ele lembrou, também que vários especialistas de agências de segurança pública já alertaram sobre o risco efetivo de atentados terroristas no Brasil, durante os grandes eventos. “Por tudo isso, é inexplicável o governo sucatear a PF e boicotar oficialmente os responsáveis por inteligência e análise criminal, combate ao crime organizado e policiamento migratório de aeroportos e fronteiras”.