"Nós olhamos para este grupo como um bando, na forma como o termo é descrito no Código Penal", afirmou ela. Marta classificou a atuação da Polícia Civil como "lúcida" e "serena". Segundo a delegada-chefe da Polícia Civil do Rio, a corporação "busca uma maneira mais eficaz para enfrentar este fenômeno", em referência aos manifestantes que se identificam como black blocs.
"Ninguém mais aguenta esta situação. Não há uma pessoa de todos os segmentos sociais, qualquer que seja sua ideologia, que suporte mais isso. A Polícia Civil atua em defesa da sociedade", afirmou. Marta também criticou as manifestações de apoio ao grupo por parte de "professores, instituições e outras pessoas formadoras de opinião que emprestam suas identidades ao movimento".
"Não estamos falando de manifestação, estamos falando de atos de vandalismo. Não pode ter a ilusão de achar que essas pessoas estejam indo para esses eventos tratar de mudança social", pontuou. "Está havendo um aumento na intensidade da violência. Não vamos tratar isso de forma pueril." A Polícia Civil apresentou diversos artefatos encontrados com os manifestantes, entre eles facões, serras, canivetes, estilingues, pedras portuguesas, escudos e até balões cheios de fezes, que seriam atirado contra os policiais.
Entre os presos, 27 foram enquadrados na nova lei que tipifica o crime organizado. A polícia não detalhou se os presos são os manifestantes que participavam da ocupação em frente à Câmara Municipal. Perguntada sobre a acusação de que a corporação atuaria como uma "polícia política", a delegada-chefe disse que "a polícia não analisa a pessoa, mas sim o fato".