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Com o "glittervandalismo", Sá e outros 30 pink blocs, entre 300 mil manifestantes e 13 trios elétricos, tornaram-se a grande novidade da parada. Com o intento declarado de politizar a festa gay, mas sem se perfilhar aos black blocs, eles não ficaram o tempo todo com o rosto mascarado, só num trecho da praia.
Não se trata de um grupo coeso, e sim "amigos dos amigos", de diferentes profissões, homossexuais e heterossexuais, que têm entre 20 e 30 anos e que compartilham o desejo de lutar contra "o patriarcado, o machismo, a homofobia, a transfobia e as organizações opressoras da felicidade humana", de acordo com o que o
Manifesto Pink Bloc
Eles não sabiam, por exemplo, que existem outros pink blocs pelo mundo. Na rede social Facebook, há grupos na França e no Egito. O uso do humor é uma marca. "O Pink Bloc é organizado de forma horizontal, descentralizada, vertical, de frente e de costas", brinca o radialista e videomaker carioca Rafucko, outro integrante, no manifesto publicado na página que mantém na internet.
"A corporação policial do RJ tem, por meio de suas ações, um papel opressor e repressor. Repudiamos qualquer tipo de violência, apesar de acharmos que seus bumbuns ficam lindos naqueles uniformes", continua. Os pink blocs já haviam participado de protestos de rua realizadas nos últimos quatro meses, mas de forma mais discreta. Como outros manifestantes, foram alvo da repressão abusiva da polícia. Passada a parada gay, pretendem ir a mais atos.
"Em outras manifestações, a gente cantou músicas anti-homofobia. O pessoal olhava, mas respeitava, dizia que éramos corajosos. Nunca teve hostilidade. Não temos problema se nos associam aos Black Blocs, pois não é um grupo criminoso. A ideologia é parecida, mas prefiro agir de outra forma. Não quebro vidros", disse Rafucko. A intenção na parada foi importar o tom político das manifestações. "A politização está embutida na parada, mas não é explícito", disse Sá.