“Eles tinha a obrigação de tirar e guardar para a prefeitura. Isso é um absurdo, mas ninguém vai imaginar também que alguém ia roubar vigas de não sei quantas toneladas. Não faço ideia do que pode ter acontecido, acordei absolutamente surpreso com essa notícia, mas a responsabilidade é mesmo da concessionária, que vai ter que pagar por isso”, afirmou Paes, depois de participar da entrega de licenças de vans para motoristas que atuam na região do Jacarepaguá. As seis vigas furtadas são avaliadas em cerca de R$ 100 mil.
Caminhoneiros que trabalham na área de onde as vigas foram levadas disseram que as peças chegaram ao local há dois meses e precisaram ser transportadas por dois guindastes com capacidade para carregar 100 toneladas. Dez dias depois, um grupo chegou em uma caminhonete e, munido de maçaricos, começou a cortar as vigas, que teriam sido transportadas por caminhões munck, que têm guindaste acoplado. O “trabalho” teria levado oito dias e a polícia não foi chamada porque os caminhoneiros pensaram se tratar de funcionários da Prefeitura. Em nota, a Cdurp, órgão ligado à prefeitura, informou que determinou à concessionária Porto Novo que desse início imediato à apuração dos fatos a fim de recuperar as peças e punir os responsáveis. “A Cdurp está acompanhando a evolução das investigações”, diz trecho da nota.
Maresia A Perimetral, construída na década de 1970 com cerca de 26 mil de toneladas de aço, será totalmente demolida até 2016, em função da revitalização do porto. O novo projeto prevê a construção de túneis subterrâneos, por onde devem passar cerca de 4 mil veículos por hora, que trafegarão por túneis. O aço utilizado para construir a via é especial. O material foi fabricado para resistir à corrosão, mesmo a causada pela maresia e pelo grande fluxo de veículos pesados. Por isso, expostas à maresia há 35 anos, as vigas não foram afetadas pela corrosão. O Corten, como é conhecido, é uma nobre mistura de aço, nióbio e cromo. Será uma das maiores demolições da história do Brasil.