No dia 16 de agosto, onze mulheres deram à luz na Maternidade São José, em Goiânia-GO. Devido à negligência de uma das enfermeiras do hospital, que nomeou aleatoriamente as crianças, duas dessas mães deixaram o local com os bebês trocados. Eles só foram devolvidos aos pais biológicos nesta quarta-feira, quase dois meses após o parto.
Eucivânia Angélica e Alessandra Fernandez ganharam suas filhas praticamente no mesmo horário, e por isso, dividiram o quarto. Uma das enfermeiras que acompanhava as pacientes, percebeu que as crianças, duas meninas, continham o nome de uma só mãe na pulseira de identificação. Sem imaginar a confusão que poderia causar, ela não pensou em outra alternativa senão nomear, aleatoriamente, uma delas com o nome da outra mãe que estava no quarto. As duas mulheres deixaram a maternidade com a certeza de que levavam para casa as próprias filhas.
Leia Mais
Bebês abandonados por adolescentes viciadas em crack preocupa autoridades do RioVenda de bebês pelas redes sociais expõe impunidade na internetNovo caso de venda de bebês pelo Facebook é investigado pela polícia'Nos casamos 20 anos depois de termos sido trocados quando bebês'Mãe descobre que filho dado como morto pode estar vivoParte de grua cai e fere dois operários em obra na Grande São Paulo“Quando nos procurou, na última semana, Eucivânia disse lembrar-se de ter sido chamada por outro nome no hospital”, explica a delegada. Com base no horário do parto, eles chegaram ao nome de Alessandra Fernandez, que realizou exame de DNA – pago pelo hospital -, e só então descobriu não ser mãe do bebê que estava com ela havia dois meses. O encontro entre as duas mulheres aconteceu na tarde de quarta-feira, quando puderam, finalmente, segurar as próprias filhas: Ana Clara e Ana Vitória.
Questionada pela reportagem se este não seria um caso de negligência, a delegada explicou que o hospital pode responder apenas por danos morais e que as famílias de Eucivânia e Alessandra devem instaurar o processo. "Como não houve intenção na troca dos bebês, o ato não pode ser configurado como crime", afirmou.