Jornal Estado de Minas

Governo do Rio não comenta ação policial nos protestos de professores

Polícia Militar foi criticada pela falta de policiamento nos locais onde ocorreram manifestações

Agência Estado
Ônibus incendiado durante o protesto de apoio aos professores da rede pública do Rio de Janeiro - Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) recusou-se a comentar a ação policial na repressão aos protestos violentos ocorridos ontem à noite no centro. Por intermédio da assessoria de imprensa do Palácio Guanabara (sede do governo estadual), ele delegou à Polícia Militar (PM) a tarefa de responder ao Estado sobre a demora das tropas policiais em agir.
Galeria de fotos dos confrontos durante o protesto

Até a conclusão a noite desta segunda-feira, a PM não se manifestou. Os telefones para contato com jornalistas não eram atendidos. O porta-voz da corporação, tenente-coronel Cláudio Costa, não atendia o telefone celular durante os protestos e combates. Segundo profissionais do Serviço de Comunicação da PM, ele estava nas ruas acompanhando o trabalho policial.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio também decidiu não fazer comentários a respeito da violência dos protestos e da ausência de policiamento preventivo, o que poderia ter evitado o ataque à Câmara de Vereadores, o incêndio em um ônibus e a destruição de bancos e prédios.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança, caberia à PM se manifestar acerca dos problemas que ocorreram durante e após a manifestação convocada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).

Os problemas começaram na Cinelândia, quando da chegada de cerca de 20 mil manifestantes (avaliação dos organizadores) em passeata desde a Candelária. Não havia policiamento na região da Câmara dos Vereadores, que foi atacada com explosivos caseiros e pedregulhos.

De acordo com nota divulgada pela Câmara, o prédio só não foi invadido porque os seguranças reagiram. "A Coordenadoria Militar da Câmara Municipal do Rio informa que, por volta das 20h desta segunda-feira, um grupo de 200 manifestantes, que participava do ato público (...), tentou invadir o Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo Municipal. (...)Eles também jogaram galões de gasolina pelas janelas e tentaram incendiar o prédio, além de pichar toda a parte externa do edifício", diz a nota.

Ainda segundo a Câmara, 26 agentes do grupamento especial da Guarda Municipal que desde a última semana reforçam a segurança do palácio, mais a equipe da Coordenadoria Militar, conseguiram impedir a invasão e conter o incêndio que atingiu parcialmente a sala do cerimonial, no segundo pavimento.

A direção da Câmara de Vereadores decidiu que não haverá expediente nesta terça-feira, para a realização de perícia judicial e contabilização dos prejuízos. Na nota, divulgada pela Assessoria de Comunicação Social, o Legislativo acusa "vândalos e baderneiros".

"Apesar do incidente, a Câmara do Rio reforça que respeita os professores municipais e que estará sempre aberta ao diálogo democrático. Reconhece também que é legítimo o ato público promovido pela categoria e está ciente que vândalos e baderneiros se infiltraram no movimento com claro propósito de destruir a sede do Legislativo Municipal", concluiu o documento.