Em uma viatura da polícia, Bornai teria sido levado para o Denarc, em São Paulo, mas sem ser apresentado. Ele foi mantido durante toda a tarde dentro do carro, na rua, enquanto o pagamento do resgate estava sendo negociado, relata o documento. Escutas telefônicas e o depoimento do traficante confirmam a tentativa de extorsão, que acabou frustrada após uma equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), da Polícia Militar Rodoviária, prender os comparsas de Bornai com o pagamento do resgate, na rodovia dos Bandeirantes.
Os policiais do TOR suspeitaram de quatro indivíduos, em um Astra preto, na rodovia dos Bandeirantes. Ao abordarem os suspeitos, encontraram R$ 40 mil em dinheiro com o grupo. Eles declararam que estavam no local para pagar policiais que estavam exigindo o dinheiro para soltar o traficante Bornai. Ewerton Caíque Soares, que dirigia o carro, acabou preso porque tentou subornar os PMs.
No dia do suposto sequestro, as escutas telefônicas autorizadas pela Justiça em telefones de membros do PCC flagraram uma conversa que indica que a facção foi acionada para levantar dinheiro para pagamento do resgate. "Como se tratou de mais um sequestro de integrante do PCC, a situação foi tratada por seus comparsas, que se movimentaram para a arrecadação da quantia de R$ 40 mil", escrevem os promotores.
Segundo o relatório do Gaeco, Bornai acabou sendo preso posteriormente pelos policiais do Denarc, após o resgate ter sido apreendido pela PM na rodovia. Bornai foi um dos presos que esteve na terça-feira, 23, no MP em Campinas para reconhecer os policiais.
Dos 13 policiais que tiveram prisão temporária decretada no dia 15, quatro foram soltos e três estão foragidos.