Em São Paulo, o Dnit mantém 20 radares em operação, sendo 11 deles na BR-488, a menor rodovia federal do País, com cerca de 6 quilômetros. Ela liga a Rodovia Presidente Dutra à cidade de Aparecida e registra grande movimento por causa das romarias. Os demais aparelhos estão na Dutra. Das cerca de 160 mil infrações registradas por esses equipamentos, 100 mil ficaram impunes.
Plano
O principal problema apontado por especialistas em tráfego é a falta de comunicação entre os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) e o Dnit. Outra questão é a demora da instalação do sistema de monitoração. Os radares federais fazem parte do Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV), lançado em 2009 e que previa que, até 2013, o País contaria com 2.969 radares em operação. Até dezembro do ano passado, no entanto, menos da metade dos equipamentos (1.180) estava instalada e fazendo a fiscalização das rodovias. A previsão é que, até o fim deste ano, o Dnit invista R$ 773 milhões para terminar a instalação. A falta dos radares, por outro lado, não tem trazido efeito no que se refere a aumento de mortes nas rodovias.
O PNCV, que tem um orçamento total de R$ 1,4 bilhão, chegou a ser questionado, no ano passado, pelo Tribunal de Contas da União justamente pela demora na implementação dos radares. Após as ações do órgão, o então ministro dos Transportes, Sérgio Passos, anunciou aumento da verba para o programa e novo cronograma de instalação dos radares.
No último feriado prolongado nacional, o de Corpus Christi, no fim de maio, por exemplo, o total de mortos em acidentes nas rodovias federais caiu 35% na comparação com o mesmo feriado, de 2012. Foram 2.173 mortes no ano passado, contra 1.413 neste ano.
O engenheiro de trânsito Luiz Celso Bottura, ex-ombudsman da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), entretanto, afirma que a queda das mortes é resultado de outros fatores. “O motorista está com mais consciência. O governo federal está investindo mais em campanhas educativas, e há uma noção maior sobre o risco de dirigir embriagado. É claro que, se a multa não chega em casa há o fator educativo da infração que deixa de ser cumprido”, afirma.