Médicos e organizações antitabagistas afirmam que a adição de produtos ao cigarro é uma tática há tempos usada pela indústria para atrair novos fumantes, principalmente crianças e adolescentes. Além de pedir a revisão, o setor do tabaco age em outras duas frentes contra a resolução. Na Justiça, a indústria questiona a legitimidade da Anvisa para regular o assunto. Para o setor, o assunto somente poderia ser determinado por lei. O argumento vem sendo bem-recebido. Segunda, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região de Brasília confirmou uma liminar que suspende os efeitos da resolução da Anvisa. Além disso, o grupo trabalha, no Congresso, para a aprovação de projeto de lei reduzindo os poderes da agência.
Existem cerca de 600 aditivos usados no cigarro. A lista aprovada ano passado já é fruto de uma concessão da Anvisa. Diante dos argumentos da indústria, foi liberada a adição de açúcar (sob determinadas condições) e de outras sete substâncias que não alteram o sabor ou aroma do tabaco mas são indispensáveis para o processo de produção. Na época da votação da resolução, foi cogitada a ampliação da lista de exceções. O que ficou acertado é que a lista poderia ser, a qualquer tempo, revista - tanto para incluir quanto excluir produtos.