Uma das gravações traz o trem estacionando. Só é possível vê-lo do lado oposto ao da plataforma 7, onde Silva caiu. Em um certo momento, seguranças da empresa aparecem socorrendo o jovem, tirando-o de baixo da composição e colocando-o em uma maca na plataforma 8, que é paralela. A vítima não chegou a ser atropelada pela composição. Sua morte, de acordo com o boletim de ocorrência, foi por politraumatismo.
Segundo o documento, um dos vigilantes que o resgataram relatou que o rapaz não tinha “ferimentos externos visíveis” e, ao ser socorrido, “estava ofegante e reclamando de falta de ar”. O jovem foi levado para o Hospital João XXIII, na Mooca, zona leste, onde morreu.
O pai do rapaz, o cortador de tecidos Francisco Maizo Fernandes da Silva, de 40 anos, disse, após o enterro da vítima em Itaquaquecetuba, que não acha que seu filho tenha tentado se pendurar no trem. “No boletim de ocorrência, não tem isso. Nenhuma testemunha que esteve lá conta isso. Meu filho era um pouco ativo, mas eu não acredito (que ele tenha tentado se pendurar).” O garoto não estava acompanhado de nenhum conhecido e nenhum passageiro que presenciou a queda foi ouvido.
Em nota, a CPTM “lamentou” o fato e disse que contribui com a investigação. A empresa disse que internamente apura as circunstâncias do fato e “testemunhas ouvidas pela CPTM” relatam que, por volta das 17 horas, “um rapaz pulou da plataforma para o estribo de uma das portas, quando o trem ainda se movimentava”.