Jornal Estado de Minas

Fiscalização vai identificar motoristas que usaram maconha ou cocaína

Agência Estado
Os motoristas que forem parados em blitze policias no estado de São Paulo poderão ser submetidos ao teste de um novo equipamento, capaz de identificar o uso de drogas. Por meio da saliva, será possível detectar, em dez minutos, o consumo de cocaína, maconha, metanfetamina, fenilciclidina (conhecida também pela sigla PCP) e opiáceos.
Na capital paulista, as blitze já começam neste carnaval, durante a madrugada (entre a meia-noite e as 5h). Serão feitas três dessas operações por noite, sendo empregados 20 aparelhos capazes de detectar uso de drogas em cada uma. Além disso, mais de 3 mil policiais devem intensificar a fiscalização em todo o estado.

A operação de fiscalização no estado passará a ser conjunta, com a participação da Policia Militar, Polícia Civil, com delegado e investigador, e Polícia Técnico-Científica, que levará peritos. Com isso, o boletim de ocorrência poderá ser feito na mesma hora.

De acordo com o governador Geraldo Alckmin, os novos equipamentos de identificação de drogas só serão usados com motoristas que apresentarem comportamento alterado e cujo teste do bafômetro não tenha acusado embriaguez. “Se tiver suspeita, o bafômetro não deu nada, mas a pessoa está totalmente alterada, você pede que ela faça o exame da saliva”, disse.

O projeto piloto do programa começou na madrugada dessa quinta-feira, mas ninguém foi submetido ao teste de drogas. Foram autuadas 24 pessoas por dirigirem alcoolizadas, com seis prisões.

A blitz integrada terá também um monitoramento inteligente que usa filmagem. Assim, a cada cinco carros que passam, um é parado. Segundo Alckmin, no teste de ontem, dos 914 veículos que passaram pela operação policial, 218 foram abordados.

O motorista flagrado pelo teste de drogas será enquadrado pelo Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que prevê detenção de seis meses a três anos. O condutor poderá ter de pagar multa R$ 1.915,40 e ter o veículo apreendido. No caso de pessoas que se recusam a fazer o teste, o policial que atendeu a ocorrência e o delegado de polícia vão registrar as condições apresentadas pelo motorista. Esses dados, detalhando os sinais de alteração motora do acusado, poderão ser usados posteriormente em uma ação judicial.

Segundo Alckmin, o programa será estendido gradualmente para o interior do estado e vai trazer outras ações de conscientização. O governo vai distribuir ainda 300 mil kits com folhetos, canetas, chaveiro, adesivo para carro e um bafômetro descartável.