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Boate vendeu mais ingressos do que o local suportavaCanecão Mineiro é exemplo para o SulCasas noturnas agem antes da fiscalizaçãoFamiliares de vítimas que estão no CTI se agarram à esperançaJustiça nega liberdade provisória a sócio da boate KissMP vai ouvir funcionários da prefeitura e bombeiros de Santa MariaVítima da Kiss internada em UTI fala com pai pela 1ª vezFumaça de incêndio de boate leva mais 23 para hospitalFiscalização em boates resulta em interdição em BetimA ex-funcionária contou que Spohr fazia seguidamente reformas internas no local, como mudanças na posição do caixa, nivelamento no teto e troca de lugar do palco. Uma das últimas obras foi em novembro. Em sua página no Facebook, o empresário postou um convite para que as pessoas fossem conhecer o novo ambiente da boate, que funcionava havia três anos e meio.
Sobre o fato de a boate estar registrada em nome de parentes, Vanessa disse que a intenção era evitar problemas com partilha de bens e pensão.
O advogado de Spohr, Jader Marques, rebateu as acusações da retirada dos extintores por questões estéticas. “Não me parece razoável essa informação. Estou estabelecendo o que me parece razoável pelo que falei com ele. O local de maior exposição era o palco e ali tinha extintor”, disse. Quando teto começou a queimar, um dos integrantes da banda que se apresentava pegou um extintor atrás do palco, mas não funcionou.
RECONSTITUIÇÃO
Cinco testemunhas foram levadas à Boate Kiss ontem para fazer uma reconstituição do incêndio. Segundo a Polícia Civil, todos afirmaram que o ponto de origem do fogo foi o teto do palco. “Foi uma breve reconstituição com objetivo de esclarecer algumas dúvidas que estão surgindo no inquérito”, afirmou o delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação. “Todos os indícios apontam que o sinalizador causou o incêndio”, disse. Conforme a polícia, as testemunhas foram unânimes em afirmar que o extintor de incêndio não funcionou. Eles afirmaram ainda que a fumaça demorou entre 40 segundos e um minuto para tomar conta da boate.
Em casa A empresa que fez o plano de prevenção e combate a incêndio da Boate Kiss é de um integrante do Corpo de Bombeiros de Santa Maria. Os PMs Jairo Bittencourt da Silva e Roberto Flavio da Silveira e Souza – que é bombeiro – são donos da Hidramix Prestação de Serviço, que atua no ramo de “sistemas de prevenção de incêndio”, o que é proibido por lei estadual. A mulher de Souza, Gilceliane Dias de Freitas, também compõe o quadro societário da empresa. O plano tem como base a liberação dada pelos bombeiros às casas noturnas para funcionamento. O delegado Marcelo Arigony anunciou ontem que vai investigar o fato.
Ação e reação
Um homem subiu ontem no teto da Boate Kiss e pichou uma mensagem na fachada: “Justiça a todos”. O protesto a favor da punição dos responsáveis pelo incêndio que matou, até agora, 235 pessoas, entretanto, quase resultou na prisão do grafiteiro. Policiais viram a ação e tentaram detê-lo. Porém, pessoas que estavam no local aplaudiram a manifestação e pediram a prisão dos culpados pelo incêndio. Pressionados pela população, policiais liberaram o homem.