Já dura quase 30 horas a ocupação do prédio do Instituto Lula, na zona sul da capital paulista. Um grupo de moradores do Assentamento Milton Santos, com apoio de sindicalistas e estudantes, invadiu o escritório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por volta das 6h30 de quarta-feira após render o caseiro do prédio. Segundo lideranças cerca de 120 pessoas passaram a noite no local.
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Assentados afirmam que só desocupam Instituto Lula quando desapropriação for assinadaInvasores do Instituto Lula temem um novo PinheirinhoMoradores de assentamento invadem Instituto LulaAssentados desocupam Instituto Lula após 32 horasA assentada Roseane dos Santos contou que os invasores dormiram no primeiro andar do prédio, onde fica a recepção, a cozinha e a sala de reuniões. O segundo andar do prédio foi isolado a pedido da direção do Instituto Lula, já que no local fica a sala do ex-presidente. "Lá em cima ninguém tem acesso", disse ela.
No início da noite de quarta-feira o grupo que invadiu o instituto aumentou com a chegada de outros assentados e de estudantes. Por volta das 18h, já se viam estudantes da Universidade de São Paulo (USP), que se dizem apoiadores do movimento, chegando com as suas mochilas e saco de dormir para passar a noite no local. Segundo testemunhas, o grupo se recolheu por volta das 23h e só voltou à frente do prédio pela manhã. Roseane não soube explicar quantos desses invasores são assentados e quantos são "apoiadores" da ação, mas confirmou que crianças e mulheres grávidas passaram a noite no local.
Na manhã desta quinta-feira os invasores tomaram café da manhã e fizeram a leitura dos principais jornais do País. Segundo Roseane, eles providenciaram a sua própria comida. "Muito do que comemos veio do assentamento."
Na quarta-feira o Incra anunciou que pretende receber os sem-terra hoje, às 17h, com a condição de que eles deixem os dois prédios ocupados. A expectativa da direção do Instituto Lula é de que os ocupantes deixem o local ao meio-dia.