Na última segunda-feira, por falta de umidificação, que é feita com auxílio de carro-pipa, ventos associados ao tempo seco espalharam pelo ar, no entorno da CSA, resíduos de escória – subproduto da produção de ferro usado na construção civil –, que contém grafite. A companhia informou ter detectado o problema após minuciosa apuração interna.
"A TKCSA reconhece que o grafite é oriundo do seu processo de produção e desculpa-se com seus vizinhos pelo incômodo", diz a siderúrgica, em nota.
Apesar da preocupação de técnicos da SEA com o agravamento de problemas respiratórios, alérgicos e dermatológicos entre os moradores de Santa Cruz, a CSA diz que a substância não é tóxica e informa que tomou todas as medidas para “ajustar procedimentos como o aumento da frequência da umidificação para o caso de condições climáticas semelhantes”.
De manhã, em entrevista coletiva, o secretário Carlos Minc disse que não vai mais tolerar acidentes deste “em uma das companhias mais modernas do planeta”. Minc prometeu endurecer mais ainda nas multas e ameaçou embargar a companhia, se a situação se repetir. “A paciência acabou. Eles não podem brincar com a saúde das pessoas.”
Cumprindo um termo de ajustamento de conduta, a CSA passou dois anos sem registrar vazamento de resíduos, em função de modificações nos procedimentos e de investimentos em novos equipamentos. Somente o revestimento para “enclausurar” um dos poços onde substâncias são tratadas, conforme determinado pela secretaria, custou R$ 40 milhões.
“Não é aceitável que, pela terceira vez, uma empresa cause um incômodo a 5 mil pessoas. Não é que mate , mas quem tem asma entra em crise, quem tem doença de pele empola”, exemplificou Minc, que também criticou o aumento da poeira no bairro de Santa Cruz.
O telefone da CSA para tirar dúvidas sobre o vazamento é 0800 021 51 23. A ligação é gratuita.