Um dos seguranças do local disse à reportagem que as crianças não podem brincar nos equipamentos. "Sempre que isso acontece, nós apitamos e impedimos. Há vigilância o tempo todo." Para a professora Carmem Soares, de 45 anos, era necessário um professor para auxiliar na malhação. "Se colocassem um instrutor ele ajudaria a utilizar a academia do modo certo e sem prejudicar a saúde."
Na Aclimação, dos quatro aparelhos indicados em uma placa, apenas um estava na área destinada à academia. Quem vai ao parque todos os dias relata que a situação é a mesma desde fevereiro.
No Trianon, na Rua Peixoto Gomide, uma das esteiras está interditada. Murilo Santos, de 65 anos, é aposentado e disse que a academia mudou sua vida. "Anteriormente, eu era sedentário. Foi uma oportunidade de mexer o corpo e de graça. Precisam cuidar", reclama.
O mesmo cenário foi visto no Parque da Juventude, no antigo Carandiru. Ali, três equipamentos estavam quebrados. Em um deles as peças estavam jogadas pelo chão. Skatistas que vão ao parque diariamente têm um palpite. "Como está em espaço muito aberto, quase na rua, os carroceiros tentam arrancar o ferro para vender", afirma um estudante de 20 anos que preferiu não se identificar. No Piqueri, zona leste, peças estavam encostadas em um canteiro de obras e no Ibirapuera, na zona sul, havia peças danificadas.
Balanço. A febre das academias de rua começou há cerca de três anos na cidade. Segundo a Prefeitura, só o governo municipal mantém atualmente 163 academias. A última foi entregue na Avenida Brás Leme, na zona norte. Para o Instituto Fitness Brasil, apesar da iniciativa o ideal seria um projeto em que professores pudessem auxiliar a população na hora de malhar. Isso evitaria, segundo o instituto, problemas de saúde, principalmente no caso de idosos e adolescentes. A Prefeitura explicou que as academias são para pessoas acima de 16 anos.