Jornal Estado de Minas

Força Nacional deve permanecer no Morro Santo Amaro por mais um ano, diz secretaria

AgĂȘncia Brasil
Ocupada por 150 homens da Força Nacional de Segurança Pública desde maio deste ano, a Comunidade Santo Amaro, no Catete, zona sul carioca, onde vivem cerca de 1,5 mil famílias, deve contar com a presença dos militares por pelo menos mais um ano. O anúncio foi feito hoje pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Segundo a secretaria, o acordo firmado com o governo do estado do Rio para o envio da tropa tem por objetivo ajudar nas ações do programa Crack, É Possível Vencer, do governo federal, que vêm sendo desenvolvidas na região. De acordo com a pasta, a cada três meses ocorre automaticamente uma renovação de contrato para a permanência dos militares na região, que ainda não conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Ainda de acordo com a secretaria, o mesmo prazo serve também para que a Secretaria de Segurança Pública do estado envie policiais militares à comunidade, para que, aos poucos, substituam o efetivo da Força Nacional. A cada três meses, cerca de 20 soldados são enviados ao local.

Apesar da ocupação e da aparente tranquilidade na comunidade, moradores e comerciantes ainda vivem com insegurança e preferem não opinar sobre o trabalho da tropa. A maioria das pessoas abordadas pela equipe de reportagem da Agência Brasil preferiu não dar entrevistas e as que aceitaram conversar preferiram não se identificar com medo de represálias.

“Não tem segurança nenhuma. Eu não aprovo . Comigo não teve nenhum problema. É bom que não tem tiroteio, pois eu tenho cinco filhos. Mas não mudou nada não. Tinha que ser feito um estudo, fazer uma reunião e colocar em pauta todas as reivindicações . Eu acho que tem que ser em comum acordo com todo mundo”, disse uma moradora que pediu para não ser identificada.

Há também moradores que se sentem mais seguros com a presença da Força Nacional. É o caso da dona de casa Evanda Simões, 59 anos. “A paz chegou no local. Está bem melhor agora. A gente dorme sossegada, sai sossega. Quando a gente saía de casa, a gente ficava com medo, agora não”, relatou.

A Secretaria Municipal de Assistência informou que, desde o início da ocupação na região, os profissionais que atuam em contêineres instalados na entrada da comunidade realizaram 4.441 acolhimentos, sendo 4.122 adultos, 61 idosos, além de 235 adolescentes e 23 crianças. Também foram feitos cerca de 1,7 mil atendimentos sociais, como inscrições em programas sociais do governo federal e municipal.