A série começa contando a história de Vanessa, de 32 anos, com quatro filhos, que levou uma vida trágica por causa do vício em crack. Além dela, o programa mostra a história de mais sete viciados, com idade entre 22 e 37 anos, de diferentes cidades e classes sociais.
São oito capítulos gravados há quatro meses. Todos acabam contando como o personagem cuja história é narrada está nos dias de hoje. Vanessa, por exemplo, pediu para trabalhar em uma clínica. Continua limpa.
Segundo os produtores do programa, outros seis continuam longe das drogas desde que passaram pelas intervenções médicas oferecidas pelo reality show. Ontem, eles ficaram sabendo que um dos participantes, Marcelo, de 37 anos, voltou a usar drogas. “Acho que o programa ajuda no debate e incentiva o tratamento. Foi isso que aconteceu nos EUA. A participação no programa foi um incentivo e boa parte dos participantes deixou o vício”, diz a produtora executiva da série, Krishna Mahon.
Médicos e educadores que atuam em programas com usuários de drogas, no entanto, enxergam o formato com ceticismo. A psiquiatra Ana Cecília Petta Roselli Marques, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), desconfia da emissora de TV que afirma que, nos EUA, mais de 70% dos participantes abandonaram o vício. “Nenhuma clínica do mundo alcança essas taxas de sucesso.”