Apesar da manobra, os professores, equipados com apitos e faixas e gritando palavras de ordem, vaiaram a comitiva do governo durante todo o trajeto do cortejo. Eles ainda foram apoiados por alunos e parentes e por colegas de universidades federais no Estado, também em greve.
Um manifestante mais exaltado chegou a ser detido por policiais militares que faziam a segurança do governador Jaques Wagner (PT). O homem, identificado pela polícia como Pedro Carvalho Melo, de 19 anos, foi acusado de atirar a haste de uma faixa contra a comitiva do governador. Ele chegou a ser levado à sede da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar, mas negou a agressão e foi liberado pouco depois.
Wagner minimizou os protestos, pregando a liberdade de expressão. "O espírito da festa é este mesmo, uma marcha popular marcada pelas manifestações populares", argumentou. "Os valores da liberdade e da democracia têm de ser enaltecidos." Discurso semelhante adotou o candidato do PT à prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, que seguiu o trajeto junto com Wagner. "O aplauso e a vaia fazem parte da democracia."
Conhecido como termômetro eleitoral, por reunir políticos e população em um mesmo espaço, o cortejo teve a participação de todos os candidatos à prefeitura de Salvador. Apontados como principais antagonistas de Pelegrino, ACM Neto (DEM) e Mário Kertész (PMDB) comemoraram a boa receptividade da população. "Se depender do calor que estamos recebendo nas ruas, vamos vencer este ano", disse Neto.