Segundo o comerciante, os ladrões faziam ameaças de morte, dizendo que ele e a funcionária seriam mortos se não oferecessem mais dinheiro. Moraes disse que lembrou de uma pistola Glock 380 guardada em uma mochila no banheiro e, com medo de morrer, decidiu reagir.
Ele faz curso de tiro e usa a arma em instruções. Iria para o clube logo depois de sair da loja. O comerciante saiu do banheiro e disse que Santiago fez um disparo com um revólver calibre 32, que não o atingiu. Ele então atingiu o ladrão com cinco tiros, no braço direito, lado esquerdo da cabeça, perna direita e dois na coxa direita.
Segundo Moraes, o adolescente colocou a mão na cintura, como se estivesse armado, e por isso também foi atingido, com três tiros na perna, no abdômen e nas costas. Ele já estava do lado de fora da loja e caiu na calçada. Os dois ladrões foram levados ao Pronto-Socorro do Grajaú, onde morreram.
O adolescente não estava armado. Com ele foram encontrados R$ 111, provavelmente roubados da loja.
Para o delegado, não ficou claro que o comerciante tenha tentado apenas se defender. "Quanto à possibilidade do reconhecimento da legítima defesa, submeto à apreciação do Poder Judiciário, ouvindo representante do Ministério Público."
Mulher de Moraes, a comerciante Rafaela Cândido Moraes, de 22 anos, disse que está chocada com tudo o que aconteceu e jamais imaginaria que o marido seria preso por matar os assaltantes. "Ele esperou a chegada da polícia, apresentou a arma, prestou depoimento. Foi pego de surpresa com a prisão."
Até as 20h de ontem, Moraes estava preso na carceragem do 101.º DP (Jardim das Embuias). "Ele não é bandido", disse Rafaela. Segundo vizinhos, a loja foi assaltada oito vezes em três anos.