A maconha era comprada de produtores no Paraguai e a cocaína vinha principalmente da Bolívia. Os criminosos pagavam aos produtores R$ 4 mil por um quilo de cocaína, valor que passava dos R$ 6 mil com os intermediários. Apesar de o grupo já estar bem articulado, o delegado Alexandre Custódio Neto, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, afirma que a maior parte das drogas vendidas pelo PCC ainda vem dos intermediários, pois “a quadrilha enfrentava dificuldades para se firmar na região, já dominada por outros grupos especializados”. A PF diz não ter detectado nenhum confronto entre os grupos criminosos, mas não descarta essa possibilidade.
Além de drogas, o braço do PCC importava e transportava armas como pistolas e metralhadoras. A investigação apontou que a droga abastecia os pontos de venda em São Paulo e era vendida também para criminosos de outros estados, como o Rio de Janeiro.
A 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo expediu 25 mandados de prisão temporária. Sete suspeitos foram presos na fronteira, nove já estavam em presídios e um foragido da Justiça foi recapturado – outros nove permaneciam foragidos. Também foram expedidos sete mandados de busca e apreensão, cumpridos em São Paulo e Mato Grosso do Sul. A pedido da PF, a Justiça ainda bloqueou um imóvel em Presidente Prudente (SP) e 128 contas bancárias supostamente usadas pelos suspeitos, todas em nomes de terceiros.
De acordo com a investigação, a “sintonia paraguaia” recebia ordens diretas da cúpula do PCC em presídios da região de Campinas (SP), Martinópolis (SP) e São Paulo. Depois de comprada no exterior, a droga tinha o transporte organizado pela quadrilha. Sempre por estradas, a maconha e a cocaína eram escondidas na lataria de carros e no meio de cargas de caminhões, como de madeira e cereais.