Em outra frente, o deputado do PSOL protocolou projeto de resolução para abertura da CPI, o que obrigaria os deputados fiéis a Cabral, ampla maioria na Assembleia, a votarem em plenário e tornarem pública a posição contrária à investigação. Os governistas, no entanto, vão tentar evitar a votação do projeto.
Freixo dissociou as iniciativas da pré-candidatura a prefeito. "Estou cumprindo minha obrigação. Se não tivesse eleição, eu faria exatamente a mesma coisa. Está claro que há fortes indícios de quebra de decoro, de improbidade, de corrupção", afirmou.
Desde a última sexta-feira, o deputado e ex-governador Anthony Garotinho (PR) divulga imagens de jantares e passeios de Cabral e Cavendish na França, em 2009, acompanhado de suas mulheres e do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes. O deputado do PR é pai de Clarissa Garotinho, pré-candidata a vice-prefeita na chapa do deputado Rodrigo Maia (DEM). Garotinho tem dito que o material divulgado no blog é "aperitivo" perto do que pretende levar à CPI do Cachoeira, em Brasília.
Cavendish deixou o comando da Delta depois da revelação de que a Polícia Federal investiga as relações da construtora com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo. O dono da Delta e o governador têm dito que nunca esconderam a amizade e que não misturam interesses públicos e privados. Por meio da assessoria de imprensa, Cabral informa que arcou com todos os gastos da viagem a Paris que fez com a mulher, Adriana Ancelmo, em julho de 2009, quando teve a companhia constante de Cavendish. O governador diz que a viagem foi a passeio.
Outro concorrente de Eduardo Paes nas eleições deste ano, o deputado tucano Otávio Leite trabalha para que o PSDB apresente requerimento de convocação de Cabral à CPI do Cachoeira. Embora PMDB, PT e outros partidos governistas tenham maioria para derrubar a convocação do governador, a oposição insiste que a Delta está no centro das investigações e a relação do governador com Cavendish não pode ser ignorada.