Em entrevista veiculada pela rede norte-americana NBC na semana passada, que firmou uma espécie de contrato de exclusividade com Goldman em relação ao episódio, o pai diz que não há impedimento para visitas, desde que Silvana converse com o terapeuta norte-americano de Sean, e que desista da ação judicial ainda pendente, em New Jersey, onde eles moram, pedindo os encontros.
Goldman não menciona a requisição de US$ 200 mil para pagamento de honorários advocatícios com os quais teria arcado no Brasil. "Concordamos com tudo, menos em contribuir para a exploração comercial feita. Goldman teve apoio da Advocacia Geral da União, não teve advogados privados", disse Nicodemos.
Sean, de 11 anos, nasceu nos Estados Unidos e aos 4 anos veio com a mãe, a carioca Bruna Bianchi, passar férias no Rio de Janeiro. Dias depois, ela comunicou ao marido que queria o divórcio. Posteriormente se casou com o advogado João Paulo Lins e Silva e em 2008 morreu durante o parto de sua filha com ele. Com isso, a família brasileira passou a disputar a guarda de Sean com o pai do garoto. Além da avó, o maior interesse é o de que a meia-irmã, Chiara, possa vê-lo.
Silvana contratou o renomado psicanalista Luiz Alberto Py para analisar o comportamento de Sean na entrevista dada à NBC. Py, que nunca esteve com Sean e condena, como profissional experiente, a invasão da privacidade dele, entendeu, por suas respostas e linguagem corporal, que o menino demonstrou estar tenso, desconfortável, não agir espontaneamente e ter falas defensivas, típicas de quem passou por traumas.
"Ele faz do limão uma limonada o tempo todo. A impressão que dá é a de que está sempre evitando conflitos. Não parece que ele está interessado na entrevista. Não é uma demanda dele, mas o pai falou para ele dar, e ele provavelmente disse que tudo bem", avaliou o psicanalista, para quem Sean se tornou uma criança autoconfiante, por ter sido sempre amada, e que conseguiu desenvolver estratégias para se proteger das situações de sofrimento.