“O cabo eleitoral está a mando de alguém. Nessas áreas de milícia, se não houver cabos eleitorais nos locais de votação, será maior a sensação de tranquilidade para o eleitor”, disse Zveiter.
A parceria com a Divisão de Homicídios da Polícia Civil foi articulada semana passada. Segundo Zveiter, qualquer indício de ameaça será formalizado pela Justiça Eleitoral e o candidato eventualmente beneficiado será convocado a dar explicações. “A qualquer notícia de ameaça, vamos informar (o candidato) de que ele será responsabilizado”, disse o desembargador.
A questão da milícia será assunto marcante nas eleições deste ano no Rio. Além dos candidatos ligados aos paramilitares, o pleito terá a participação do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) como candidato a prefeito da capital. Presidente da CPI das Milícias, concluída em 2008, Freixo é alvo de ameaças de morte e anda acompanhado por seguranças. Sua atuação inspirou o personagem Diogo Fraga no filme Tropa de Elite 2, cujo diretor, José Padilha, será consultor para os programa de TV de Freixo.
Ascensão
A participação de políticos que integram milícias ou que são apoiados pelos paramilitares cresceu nos últimos pleitos. Desde 2007, quatro vereadores da capital foram presos por participação em quadrilhas: Jerônimo Guimarães (PMDB), Cristiano Girão (PMN), Luiz André Ferreira da Silva (PR), o Deco, e Josinaldo Francisco da Cruz (DEM), o Nadinho de Rio das Pedras, este assassinado em 2009. Em Duque de Caxias, outros dois vereadores foram presos acusados de liderar quadrilha: Jonas Gonçalves da Silva (PPS), conhecido como Jonas é Nós, e Sebastião Ferreira da Silva (PTB), o Chiquinho Grandão.
A Liga da Justiça, primeira quadrilha a se infiltrar na política no início da década passada, elegeu dois vereadores e um deputado estadual. Líderes do grupo, Jerominho e Natalino Guimarães (ex-DEM) cumprem pena de dez anos por formação de quadrilha.