O próximo passo é saber o que levou Felipe à morte. “As causas da morte estão sendo investigadas pelo Ministério Público e só devem ser oficialmente apresentadas em alguns dias”, adiantou Fredy. Autoridades, no entanto, suspeitam que o rapaz tenha morrido de frio. Citado pela emissora BBC Brasil, o diretor regional da Corporação Nacional Florestal do Chile (Conaf), Robert Leslie, reforçou essa possibilidade. “Os primeiros indícios são de que ele não morreu por causa da queda, mas de hipotermia. Após deslizar pela montanha, ele caiu numa cratera estreita, com gelo e de cerca de 7 metros de profundidade. Tudo indica que ele chegou ali vivo, pois tirou o relógio que usava e o guardou na mochila. A mochila não estava em seu corpo, mas ao lado dele”, disse Leslie.
Mau tempo
Eugenio Benavente, dono da operadora de turismo Patagônia Andina, contratada por Felipe para fazer o passeio, também acredita na hipótese de que o brasileiro tenha caído vivo. O problema foi a dificuldade e a demora em resgatá-lo. “Se não fosse o mau tempo e o tivéssemos localizado rapidamente, a história poderia ter sido diferente. Eu mesmo subi a montanha à noite para tentar encontrá-lo, mas as condições do clima não ajudaram e tive que descer”, disse.
Benavente ainda reforçou que, há 12 anos à frente da empresa, jamais viu um acidente como esse, o qual prefere se referir como uma fatalidade. “Ele tropeçou nele mesmo, caiu para frente, deslizou e o perdemos de vista. Em seguida, veio uma nuvem baixa que impediu toda a visibilidade e a chance de que pudéssemos encontrá-lo imediatamente.” Apesar de considerar seguro o turismo oferecido pela operadora, o empresário anunciou que encomendará sensores magnéticos nos Estados Unidos. A ideia é rastrear os turistas em expedições. Por meio do computador instalado em seu escritório, será possível encontrar qualquer pessoa que tenha desaparecido em algum dos passeios.