Desde o início dos trabalhos de resgate, os bombeiros encontraram 17 corpos. De acordo com os profissionais envolvidos na operação, não há mais possibilidade de encontrar sobreviventes. O grande volume de entulho prejudicou o trabalho de busca. Ontem, o coronel Sérgio Simões anunciou que o uso de maquinário pesado na operação será suspenso. Os últimos dois corpos encontrados, na madrugada de ontem, estavam muito mutilados e quase foram confundidos com o entulho. “O corpo se misturou com as características da terra, do cimento, da lama e, em uma operação desse porte, essa possibilidade tem de ser considerada”, explicou o coronel.
O problema será contornado com a utilização de cães farejadores e uma rechecagem do material que já foi retirado do Centro do Rio de Janeiro rumo a outros entrepostos de entulho. A segunda fase de buscas será mais minuciosa, sem a utilização de retroescavadeiras e pás mecânicas. As equipes também analisarão a possibilidade de corpos terem caído nos vãos de prédios vizinhos aos edifícios que desabaram.
No fim da tarde de ontem, quase 72 horas após o desastre, a movimentação de operários, curiosos e familiares era menos intensa. Para quem passou esse tempo todo ao lado de quem perdeu um ente querido no desastre, só agora a dimensão do ocorrido começa a ser mensurada. “Estamos desde a primeira noite aqui. No fim dos trabalhos é uma dificuldade muito grande olhar para o local que você passa todo o dia e ver a tristeza no rosto das pessoas”, lamenta a diretora-executiva da Cruz Vermelha, Rosely Sampaio.
Sem a necessidade do uso das máscaras para evitar a fumaça tóxica, já dissipada, os bombeiros que ainda permanecem no local usam as próprias mãos para tentar encontrar um novo corpo. Segundo o coronel Sérgio Simões, a retirada do efetivo ocorrerá quando todos os desaparecidos forem encontrados.