A assessoria acrescentou que o Itamaraty dispõe de um médico especialista em doenças tropicais, cedido pelo governo do Distrito Federal, e que há dois anos foi solicitada a contratação de profissionais de outras especialidades.
No último dia 26, a diplomata Milena Medeiros morreu, depois de retornar de uma missão à Guiné Equatorial, na África, onde preparava a viagem da presidenta Dilma Rousseff, prevista para abril. Durante a missão, Milena contraiu malária.
Segundo a carta encaminhada ao Itamaraty, os 21 diplomatas que viajaram a Malabo (capital da Guiné Equatorial) receberam repelentes e advertências sobre a possibilidade de contrair malária, por iniciativa independente da embaixada brasileira no local. Mas apenas Milena Medeiros apresentou os sintomas da doença.
A carta informa que a situação da diplomata foi agravada por ela não ter recebido do Itamaraty "orientação adequada quanto aos sintomas da doença e quanto a profissionais e instituições aptas a prestar atendimento especializado em Brasília". Ainda segundo o documento, houve demora na realização do exame de malária e na obtenção do medicamento para o tratamento da doença.
De acordo com a assessoria, o ministério está "intensificando suas atividades de divulgação de medidas profiláticas e de identificação de sintomas, o que se fará inicialmente por meio da elaboração de cartilha específica de orientação".
Segundo amigos e parentes de Milena Oliveira, ela apresentou os primeiros sintomas, como febre e dor de garganta, no dia 30 de novembro, três dias depois de voltar ao Brasil. Ela se submeteu à primeira consulta médica no dia 5 de dezembro e fez um exame de malária, cujo resultado só sairia em 15 dias. No dia 26, a diplomata morreu.
Desde 2007, o Itamaraty abriu 35 novos postos em países como Congo, Geórgia, Serra Leoa e Bósnia e tem embaixadas abertas por decreto, mas não de fato, em Bagdá e em Cabul.
A Organização das Nações Unidas (ONU) exige que seus funcionários obtenham um documento especial para viagens a regiões consideradas de risco, que são classificadas em cinco níveis de segurança.