Jornal Estado de Minas

PM e refém são mortos durante busca por sequestrador em Porto Alegre

Policial teria sido morto por engano

AgĂȘncia Estado
Agentes da Polícia Civil paranaense mataram um sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e acompanharam uma operação de seus colegas gaúchos que resultou na morte de um fazendeiro mantido em cárcere privado nesta quarta-feira, em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre.
Como a busca pelos sequestradores feita pelos paranaenses não havia sido comunicada à Secretaria de Segurança gaúcha, a ação gerou um mal-estar entre autoridades dos dois Estados. Agentes do Rio Grande do Sul lembraram que operações fora da jurisdição devem ser notificadas à polícia local, enquanto o governador Tarso Genro chegou a qualificar a ação como "ilegal" e "irresponsável". Em nota, o Departamento da Polícia Civil do Paraná afirmou que a equipe que havia se deslocado na noite anterior iria avisar o Departamento Estadual de Investigações Criminais do Rio Grande do Sul ao amanhecer.

A sequência de operações desastradas começou nas primeiras horas da madrugada, num tiroteio entre policiais do Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão) e o policial militar Ariel da Silva, de 40 anos. Os agentes paranaenses investigavam um sequestro e circulavam em veículo discreto, sem identificação buscando a localização do cativeiro. Na versão que contaram à Polícia Civil gaúcha, eles foram abordados e reagiram aos disparos feitos pelo policial militar, que não portava farda por estar em horário de folga.

Ao perceber que o homem havia sido atingido, os policiais acionaram serviços de socorro e se apresentaram a uma delegacia local, onde souberam que a vítima dos disparos era um sargento do Brigada Militar. Depois de prestar depoimento, voltaram a Curitiba, onde ficaram à disposição da Justiça. O Departamento de Polícia Civil do Paraná lamentou o episódio, que qualificou como "fatalidade".

À tarde, já tendo assumido as buscas e acompanhada de outros agentes paranaenses, a Polícia Civil gaúcha cercou o cativeiro, no centro de Gravataí. Houve tiroteio entre policiais e sequestradores. A vítima acabou sendo o empresário Lírio Poerjio da cidade de Quatro Pontes. Um amigo dele, Osmar Finkler, sofreu ferimentos leves. Três sequestradores, dois gaúchos e um paranaense, foram presos. A Polícia Civil do Paraná informou no início da noite que não teve participação direta na ação que resultou na morte de um dos reféns.

A Polícia Civil gaúcha revelou que os dois reféns foram atraídos ao Rio Grande do Sul pela oferta de uma colheitadeira a preço vantajoso, mas, ao chegar, acabaram sequestrados pelos supostos vendedores, que passaram a exigir resgate das famílias.