De acordo com o juiz, os religiosos são réus primários e cumpriram as determinações solicitadas pela Justiça. Após o recesso do judiciário, os advogados dos religiosos serão notificados da decisão e terão cinco dias para recorrer da sentença. A sentença só foi proferida depois de quase quatro meses do final do julgamento, que foi adiado várias vezes devido a pedidos de diligência e ausência de testemunhas.
O bispo da diocese regional de Penedo, que engloba Arapiraca, Dom Valério Breda, que, segundo as vítimas, tinha ciência de tudo o que se passava, afastou os religiosos dois dias depois da eclosão do escândalo. Ele prometeu para amanhã a divulgação de uma nota oficial da diocese sobre a condenação judicial.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual à Justiça, figuram como vítimas de abuso dos religiosos Fabiano Silva Ferreira, 21 anos, Cícero Flávio Vieira Barbosa, 20 anos, e Anderson Farias Silva, 21 anos. Eles foram os primeiros a serem ouvidos pelo juiz - que estava acompanhado do promotor do MPE, Alberto Tenório - durante o julgamento. Eles reafirmaram as denúncias de abuso quando eram menores de idade.
De acordo com os autos do processo, as investigações apontaram que os padres prometiam vantagens econômicas aos coroinhas para ganhar a confiança deles e depois tirar proveito das vítimas. Em um dos depoimentos da acusação, o caminhoneiro João Ferreira, que trabalhava como motorista do monsenhor Barbosa, disse que o religioso era carinhoso com os coroinhas, mas só se deu conta de que abusava dos garotos depois de ver o vídeo. Os padres mantiveram a declaração de inocência.