“Essa montagem foi emblemática. Estivemos com ela no Festival Internacional de Pelotas (RS) e ganhamos oito dos oito prêmios”, disse o violonista Gilvan de Oliveira, autor da trilha sonora do espetáculo, ao lado de Fernando Brant. “Levo para a minha vida a generosidade, inteligência e irreverência do Sérgio”, acrescentou ele. Um dos exemplos disso vem de temporada que o grupo fez durante um mês em Montevidéu, no Uruguai. “Ele resolveu ir com a gente para preparar Nossa cidade. Reservamos para ele um hotel muito confortável, mas ele preferiu ficar na casa que alugamos para o grupo. Saía com a gente, ‘filipetava’ na rua, conversava com os outros sobre teatro”, contou Bertola.
O diretor Pedro Paulo Cava, que trouxe Britto a Belo Horizonte para falar sobre teatro, lembrou-se bem da sensação que tinha sempre que o via nos palcos. “Era uma figura inesquecível, o que chamo de animal teatro, coisa rara de acontecer.” Em duas décadas ao lado do Ponto de Partida, não passou um ano sem que Britto se encontrasse com o grupo. Foi a Barbacena unicamente para dirigir Regina Bertola no espetáculo O tear - Histórias de amor (2000), quando a diretora teve que subir ao palco para substituir uma atriz. “Ele foi meu mentor, diretor, amigo, companheiro, pai. Quem conheceu o Sérgio pessoalmente sabe que ele foi um homem muito coerente. Sempre montou os textos que acreditava, não tinha medo de experimentar. E, depois de mais velho, dizia que não tinha que fazer concessão nenhuma”, concluiu ela.