Em depoimento ao MPF, o jornalista Ruy Sposati disse que foi ameaçado de morte, nesta terça-feira, por dois homens que estavam em uma caminhonete enquanto ele acompanhava um grupo de trabalhadores demitidos da obra.
Sposati acompanhava um grupo de 80 trabalhadores demitidos da obra. De acordo com o Movimento Xingu Vivo para Sempre, as dispensas são uma retaliação às paralisações recentes dos trabalhadores durante a negociação por reajustes salariais. Em novembro, 140 trabalhadores foram demitidos de uma só vez.
O Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), responsável pela obra, informou que as demissões são parte “do movimento operacional normal” de uma obra do porte de Belo Monte. Segundo a assessoria do consórcio, todos os meses, trabalhadores são contratados e demitidos, mas o número de admissões tem superado o de dispensas. O empreendimento tem, hoje, cerca de 5 mil trabalhadores e deve chegar a 20 mil, em 2013.
Movimentos sociais contrários à construção da usina organizam novas manifestações contra a hidrelétrica esta semana. Os protestos devem acontecer em oito cidades de sete estados, entre os dias 15 e 17. Desta vez, as manifestações vão reforçar a campanha que tem como slogan "Belo Monte: com Meu Dinheiro Não!”, lançada pelo Movimento Xingu Vivo para Sempre, na última semana. A campanha pede para a sociedade pressionar os bancos a não financiarem o projeto.