Começou na tarde desta quinta-feira, no 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, o julgamento do ex-policial militar Elias Gonçalves da Costa, acusado de assassinar o menino João Roberto Soares, de 3 anos, em agosto de 2008. Na ocasião, a mãe da criança, Alessandra Soares, voltava para casa, no bairro da Tijuca (zona norte), quando o carro dela foi alvo de tiros disparados por dois policiais militares. A criança viajava no banco traseiro quando foi atingida por um tiro de fuzil.
Elias da Costa responde pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por não dar chance de defesa à vítima e por atirar em via pública, pondo em risco a vida das pessoas que passavam pelo local. No julgamento, o ex-policial disse que apenas fez um disparo de advertência para o chão.
William de Paula foi condenado em dezembro de 2008 a sete meses de detenção, pelo crime de lesão corporal leve contra a mãe do menino. Os jurados entenderam que William estava cumprindo um dever legal. Entretanto, o Ministério Público Estadual entrou com um recurso contra a sentença e a 7ª Vara Criminal anulou a decisão do júri. A data do novo julgamento ainda não foi marcada.
Em agosto, o Tribunal de Justiça do Rio condenou o Estado a pagar indenização de R$ 900 mil por danos morais aos pais da crianças assassinada e a arcar com as despesas do funeral. Na sentença, a 4ª Vara da Fazenda Pública entendeu que ficou comprovada a participação dos policiais na morte do menino.
No intervalo do julgamento desta quinta, os pais de João Roberto deixaram a sala de audiência bastante emocionados e não quiseram falar com os jornalistas. A previsão é que a decisão dos jurados saia ainda esta noite.