Jornal Estado de Minas

Traficante da Rocinha tinha luxo e conforto

Rio de Janeiro – A segunda escadaria da Rua 2, na parte alta da Favela da Rocinha, é composta por barracos e casebres muito pobres. Como em boa parte da comunidade, os fios da rede elétrica correm soltos, as construções são inacabadas e as residências se apinham umas nas outras. O fim desse corredor de miséria, no entanto, esconde um imóvel de três andares com ar-condicionado, piscina, banheira de hidromassagem e eletrodomésticos de primeira linha.
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A casa pertencia ao traficante Sandro Luiz de Paula Amorim, o Peixe ou Lindinho, ex-chefe da quadrilha que dominava o Complexo de São Carlos, no Centro, e um dos cinco presos na quarta-feira, quando tentavam escapar da Rocinha escoltados por três policiais civis e dois ex-policiais militares – que também foram para a cadeia.

Por fora, a casa não se diferencia das demais. O luxo estava no interior. Na sala, equipamentos de som, TV de LCD e muita bebida. A sala e a cozinha eram separadas por um enorme aquário com peixes ornamentais. Os quartos estavam cheios de brinquedos, das duas filhas de Peixe.

No segundo piso ficavam a piscina, a churrasqueira e a suíte do traficante. Peixe tinha banheira de hidromassagem, frigobar e minibar no quarto. No último piso, que parecia ainda em construção, Peixe havia colocado aparelhos de musculação. Próximo à casa de Peixe também foi descoberta uma das casas de Nem na favela, com churrasqueira e piscina.