Jornal Estado de Minas

FBI faz vistoria hoje nos contêineres com lixo hospitalar no Porto de Suape

Diário de Pernambuco
A equipe da polícia federal norte-americana deve vistoriar, esta manhã, os contêineres no Porto de Suape, onde foram encontrados lençóis e outro objetos usados em hospitais como seringas e esparadrapos, importados daquele país por uma empresa pernambucana.
Nessa quarta-feira, o primeiro dia de trabalho do Federal Bureau Investigation (FBI) no Recife foi de surpresas. A presença de lençóis com nomes de hospitais militares dos Estados Unidos e públicos entre o material apreendido pela Apevisa nos três galpões da empresa que supostamente importava lixo hospitalar chocou o representante do FBI no Brasil, Richard Cavalieros.

Ontem, ele visitou a sede do Instituto de Criminalística (IC), na Avenida Agamenon Magalhães, para fotografar o material apreendido nos depósitos da Império do Forro de Bolso, nas cidades de Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, acusada de ter importado os resíduos potencialmente infectantes. Os contêinres chegaram nos dia 11 e 13 deste mês em Suape.

Quando avistou peças que tinham as inscrições Department of Veterans Affairs - uma instituição de saúde norte-americana que atende veteranos de guerra - e Military Health Care Facilities - programa de saúde para militares - Cavalieros passou a dar outra dimensão ao problema. “A presença dos nomes desses hospitais acendeu a luz vermelha do FBI”, afirmou o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio.

Também ontem o representante do FBI no Brasil confirmou o nome da exportadora responsável pelo envio da carga para Suape. A empresa Texport, sediada na Carolina do Sul, foi localizada a partir dos documentos fiscais que estão com a Receita Federal do Brasil. A empresa, no entanto, ainda não foi contatada pelas autoridades. Na tarde de ontem, o Diario tentou contato com representantes da Texport, sem sucesso.

Por sua vez, o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marlon Jefferson de Almeida, afirmou categoricamente que o empresário Altair Teixeira de Moura, proprietário da empresa Na Intimidade, que fez as compras, ainda está sendo tratado como suspeito. “Estamos respeitando o direito de defesa. Em depoimento, ele afirmou que quando fez a compra dos tecidos à empresa americana não sabia que o produto seria lixo hospitalar. Apesar dos três galpões fechados, ainda não podemos dizer que ele é culpado. Ele pode ter sido uma vítima também”, disse.