(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Após cinco meses de separação, leões voltarão a conviver no zoo de Brasília

Leão que estava no Rio chega a Brasília nesta tarde para reecontrar leoa Após cinco meses de separação, leões voltarão a conviver no zoo de Brasília


postado em 21/07/2011 09:07

Dengo, de 11 anos, desembarca hoje, com acompanhamento de uma equipe especial, no Aeroporto JK(foto: Marcia Foletto/ O Globo)
Dengo, de 11 anos, desembarca hoje, com acompanhamento de uma equipe especial, no Aeroporto JK (foto: Marcia Foletto/ O Globo)
O leão Dengo e a leoa Elza finalmente irão se reencontrar. Depois de quase cinco meses separados por mais de mil quilômetros, terão como nova moradia o Zoológico de Brasília. Dengo, 11 anos, que estava no Zoológico de Niterói (Zoonit), região metropolitana do Rio de Janeiro, chega ao Distrito Federal hoje, entre as 13h e as 14h, com desembarque previsto na Base Aérea de Brasília. O felino vem do Rio em um avião da Força Aérea Brasileira acompanhado de uma veterinária do Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Por enquanto, o reencontro de Dengo e Elza, 10 anos, terá de se resumir a troca de olhares e cheiros, sem contato físico. Os dois, que pesam aproximadamente 200 kg, dividirão o mesmo espaço de 80 m², mas serão separados por uma grade até o fim do período de observação da saúde de Dengo. O local fica no setor extra do zoológico e não é permitida a visitação. “Pelo que sabemos, Dengo está com problemas nutricionais e tem Aids felina” (leia Para saber mais), informou a superintendente de Conservação e Pesquisa do Zoológico de Brasília, Juciara Pelles. O tempo que passaram separados servirá também para os animais se readaptarem um ao outro.

Quando Dengo passar por exames e tratamento e for liberado pelos veterinários, poderá ficar na companhia de Elza, que também é portadora de Aids felina. Os dois serão alojados no mesmo local e separados dos demais leões do zoológico por estarem doentes e poderem contaminar os animais saudáveis. “Como não examinamos Dengo, não sei em que estágio está a doença, mas a Elza não manifestou ainda e está muito bem”, afirmou Juciara Pelles.

A leoa Elza deixou Niterói e mudou-se para a capital federal em 24 de fevereiro, por determinação judicial. Quando a companheira veio para Brasília, Dengo parou de comer e emagreceu 8kg. Afinal, quem veio com Elza foi o leão Yuri, não ele. Diagnosticado com câncer de boca — carcinoma de células escamosas de características invasivas —, Yuri foi sacrificado em 4 de maio. Após a biópsia, a junta médica chegou à conclusão de que a eutanásia seria a melhor opção.

Elza, há cinco meses longe de Dengo, chegou a ter um outro companheiro, que morreu no Zoológico(foto: Divulgação)
Elza, há cinco meses longe de Dengo, chegou a ter um outro companheiro, que morreu no Zoológico (foto: Divulgação)
Tanto Elza quanto Yuri e Dengo vieram para o Zoológico de Brasília por causa das más condições físicas do Zoonit. O zoológico não tem registro de funcionamento e os espaços para os animais são pequenos. Além disso, a fundação é investigada pelo desaparecimento de 490 pássaros. Em 2004, a direção do Zoonit assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ibama prevendo melhoria na infraestrutura e registro do espaço. Como essas determinações não foram cumpridas, desde outubro do ano passado o Ibama iniciou a retirada dos animais da unidade fluminense. “Tínhamos aceitado os dois leões a pedido do Ibama. Como o Yuri morreu e sobrou o espaço, acolhemos o Dengo também”, explicou Juciara Pelles. Em 6 de abril, a 3ª Vara Federal de Justiça de Niterói, a pedido do Ibama, deu 120 dias para que todos os animais fossem retirados. Em 13 de julho, o Zoonit foi fechado e a maioria dos animais, levada para o Santuário Ecológico de Sorocaba, em São Paulo.

Novo espaço


O zoo de Brasília quer construir um ambiente com 1,3 mil m² para abrigar os novos leões e dois tigres vindos de circos. O espaço vai custar R$ 200 mil e deve ficar pronto até janeiro de 2012. Os visitantes poderão ver os leões de perto, separados apenas por um vidro. Por enquanto, a administração capta recursos com o empresariado para o início das obras.

Organismo debilitado

A Aids felina é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV), que debilita o organismo do animal, podendo ocasionar a morte. Semelhante à Aids humana, a felina diminui a imunidade a doenças, como a anemia. Como foi descoberta há apenas duas décadas, ainda não possui qualquer vacina com eficácia preventiva. Os felinos são contaminados por mordidas e arranhões de animais doentes, não por relação sexual. Sintomas como diarreia persistente, problemas respiratórios, febre, emagrecimento, anemia e infecções podem auxiliar na descoberta da doença no animal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)