De acordo com os autos do processo, as investigações apontaram que os padres prometiam vantagens econômicas aos coroinhas para ganhar a confiança deles e depois tirar proveito das vítimas. Um dos sacerdotes, o monsenhor Luiz Barbosa, chegou a ser filmado fazendo sexo oral com um dos coroinhas. Mesmo assim, os três negaram envolvimento com pedofilia.
O caso foi investigado pela CPI da Pedofilia, que chegou a realizar uma sessão pública em Arapiraca, sob o comando do senador Magno Malta (PR-ES). Durante a sessão, o senador mandou exibir o vídeo onde o padre aparece fazendo sexo com o coroinha. As imagens chocaram as pessoas que assistiam a sessão e geraram protestos da sociedade local.
Logo após a sessão, o monsenhor Luiz Barbosa chegou a ser preso, já que a polícia havia encontrado em seu poder um passaporte pronto para ser utilizado em viagens internacionais. A prisão durou menos de uma semana. Desde que o escândalo foi divulgado, repercutido até no Vaticano, a Igreja Católica afastou os três sacerdotes das atividades eclesiásticas.
Segundo o juiz João Luiz de Azevedo Lessa, que irá presidir o julgamento, o júri será complexo e demorado, porque além de um assunto polêmico, o processo tem quatro volumes com mais de mil páginas e mais de 20 testemunhas arroladas. Por isso, o magistrado prevê que a sentença deve demorar de três a cinco dias.
Serão ouvidas todas as testemunhas de defesa e da acusação, além das vítimas e dos três acusados. Isso sem contar com o tempo que os advogados deverão gastar para apresentar suas alegações finais sobre o caso.
Extorsão
Os padres não só negaram envolvimento com pedofilia, como acusaram os coroinhas de extorsão. Durante a sessão da CPI da Pedofilia em Arapiraca, o advogado Daniel Fernandes, que fazia a defesa do monsenhor Luiz Barbosa, disse que os coroinhas queriam extorquir os padres, por isso fizeram a filmagem. De acordo com o advogado, as relações sexuais filmadas eram consentidas. Por isso, ele contestou a acusação de pedofilia.
A polícia chegou a abrir inquérito para apurar denúncia de extorsão contra os coroinhas, mas as investigações não prosperaram. Com base nessas acusações, a defesa deve pedir a absolvição dos padres. Como prova da extorsão, os advogados têm um documento assinado pelos coroinhas se comprometendo a não divulgar o vídeo em troca de dinheiro.