Em São Paulo, grande parte das vítimas de latrocínio é assassinada em um raio de 1.500 metros de casa. É o que se observa ao analisar 19 dos 25 boletins de ocorrência de roubos seguidos de morte registrados na capital paulista no primeiro trimestre deste ano.
A reportagem constatou que 42% das vítimas foram baleadas perto de suas residências. Para especialistas, um dos motivos é a perda de atenção da vítima quando se encontra perto de casa. “Sem perceber, o cidadão já projeta o pensamento em sua residência e tem uma sensação de relaxamento, de estar protegido em casa. Verificou-se que o mesmo acontece com acidentes de trânsito”, disse o coronel José Vicente da Silva, especialista em segurança pública. O número de latrocínios a até 3 quilômetros de distância das casas das vítimas corresponde a 57 89% do total.
Oficialmente, a Secretaria de Segurança Pública registra 22 latrocínios na capital. Para o governo, houve redução de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. A reportagem, porém, levantou 25 casos de latrocínio no mesmo período e, portanto, nenhuma redução nesse tipo de crime.
O problema ocorreu, em alguns casos, porque houve só notificação de “roubo” - e não de latrocínio. Procurado, o delegado-geral, Marcos Carneiro, disse que casos que apresentem fatos novos devem ser corrigidos no mapeamento. “Agora que as divulgações de índices serão mensais, a atualização será mais dinâmica".