O advogado Alberto Toron informou que seu cliente já estava em Brasília para cumprir a prisão domiciliar, como determinara no dia anterior o juiz João Marcos Guimarães, da cidade satélite de Taguatinga, e considerou desnecessário novo mandado. Ele negou o envolvimento de Nenê nos crimes e anunciou que vai recorrer ao Tribunal da Justiça para relaxar a prisão do empresário. Segundo o advogado, Nenê está impossibilitado de ser recolhido ao presídio porque foi submetido a cateterismo recentemente, tem saúde frágil e idade avançada (79 anos).
Nenê é acusado de mandante do assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo Brito, executado a tiros em 2001. Brito comandava um grupo de invasores que ocupavam o terreno onde fica a garagem da empresa de ônibus de Nenê, em Taguatinga. Em 2008, o empresário Eduardo Queiroz, que enfrentava processo de separação litigiosa da filha de fundador da Gol, sofreu atentado a bala quando saía da empresa, supostamente a mando do sogro.
Preso em 2009, o pistoleiro João Marques dos Santos, que trabalhou nas empresas de Nenê por cerca de 20 anos, confessou ter participado dos dois crimes e de outros seis, a mando do empresário. Testemunha chave dos processos, Santos levou três tiros na porta de casa, há uma semana, mas sobreviveu. Ele revelou que vinha sofrendo ameaças para mudar o depoimento e acusou Nenê de ser o mandante.