Jornal Estado de Minas

Detentos ameaçam seqüestrador de Eloá

Detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, Lindembergue Alves está sozinho numa cela do Segundo Pavilhão - ele não teria sido aceito pelos detentos do Primeiro Pavilhão. Seu humor, segundo oficiais que o acompanharam, sofria alterações bruscas: ora Alves se mostrava extremamente agressivo, ora choroso. Em alguns momentos, o seqüestrador pareceu transtornado. Pouco antes da invasão, ele disse ao grupo que negociava sua rendição: "Tenho um anjinho e um diabinho do meu lado. Estou ouvindo mais o diabinho.
Os presos do CDP não aceitam a presença de Alves. Segundo famílias que fizeram a visita costumeira dos sábados aos presos, a chegada do seqüestrador ao Cadeião, às 2 horas de sábado, provocou irritação nas diversas celas. Os presos já teriam cobrado da diretoria a transferência de Alves e ameaçado matá-lo. N sexta-feira, traficantes do Jardim Santo André haviam ameaçado expulsar a família do seqüestrador e matá-lo na cadeia, por "afetar o movimento de venda de drogas nas imediações"

"Quando souberam que ele estava aí, já começaram a se mexer para expulsar esse cara", comentou a cozinheira Marinalva Pereira Oliveira, de 29 anos, mulher de um detento. Ela e muitas outras mulheres afirmaram que há alvoroço na detenção. "Eles vão fazer a maior bagunça até que o diretor resolva tirar ele daí", garantiu. Inicialmente, o seqüestrador havia sido levado para o 6º Distrito Policial de Santo André, onde se recusou a falar sobre o ocorrido, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Foi transportado para a sede do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), para o Instituto Médico-Legal (IML) de Santo André e, finalmente, para o CDP paulistano.