Jornal Estado de Minas

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Réplica da Estátua da Liberdade é fotomontagem feita por um artista sírio

A imagem de uma escultura semelhante ao famoso símbolo norte-americano da Estátua da Liberdade foi compartilhada mais de 10,2 mil vezes nas redes sociais desde o último dia 15 de maio.
Segundo as postagens, trata-se da obra de um artista sírio construída em Aleppo com os destroços de sua casa.



Mas essa estátua nunca existiu: trata-se de uma fotomontagem feita por Tammam Azzam.

“Um artista sírio em Aleppo construiu esta réplica da Estátua da Liberdade com os restos de sua casa, acrescentando o lema ‘Esta é a liberdade que eles nos trouxeram (os EUA)’”, assinalam as legendas das postagens, amplamente compartilhadas no Facebook (1, 2, 3), no Twitter (1, 2, 3) e em um site.

A imagem, que ganhou conotação política ao viralizar nas redes, também circulou em outros idiomas, como inglês, francês e espanhol (1).

Essa “estátua” é, na verdade, uma fotomontagem feita em 2012 pelo artista sírio Tammam Azzam, como foi confirmado por ele à AFP. A obra em questão “fez parte de uma série de fotomontagens que fiz em Dubai em 2012”, disse.





“Minha imagem está sendo usada fora do contexto que eu havia dado. A intenção era enfatizar a importância da liberdade, pelos sírios que perderam suas vidas e seus lares pela liberdade”, detalhou o artista.

Tammam Azzam publicou esta montagem em seu perfil no Facebook em 8 de setembro de 2012, acompanhada da legenda “Estátua da Liberdade”, escrita em inglês.

 

Em 24 de outubro de 2016 o artista atualizou a publicação após internautas divulgarem o seu trabalho fora de contexto, a fim de especificar que se tratava de uma fotomontagem.

“Enviei diversas mensagens privadas para contas que usaram minha imagem com legendas totalmente novas, mas não responderam a mim e nem mesmo atualizaram suas postagens”, explicou à AFP.

A guerra na Síria, que começou em 2011 com a repressão de Damasco aos protestos pró-democracia, provocou a morte de quase meio milhão de pessoas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), e fez com que milhões fossem exilados.

A intensidade dos combates diminuiu em 2020, principalmente devido a um cessar-fogo no noroeste do país que beneficiou Idlib, o último grande reduto extremista e rebelde, além da pandemia de coronavírus contra a qual os esforços têm sido concentrados.

No final de maio de 2021, Bashar al-Assad foi reeleito presidente da Síria para um quarto mandato, em uma votação realizada em áreas controladas pelo governo.





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