Jornal Estado de Minas

LAS VEGAS

Presidenciáveis republicanos declaram apoio a Israel em evento judaico nos EUA

Os pré-candidatos republicanos à Presidência manifestaram, neste sábado (28), apoio irrestrito a Israel na guerra contra o movimento islamista palestino Hamas, durante evento anual da comunidade judaica nos Estados Unidos, à qual apresentaram suas promessas na política externa caso cheguem à Casa Branca em 2024.



"Os Estados Unidos estão totalmente com Israel", disse o ex-presidente Donald Trump, o presidenciável mais ovacionado da reunião anual da Coalizão Judaica Republicana (RJC, na sigla em inglês), em Las Vegas, que concentra potenciais doadores do partido.

O evento, que tradicionalmente serve como uma plataforma de campanha para os pré-candidatos à Casa Branca, adquiriu, neste fim de semana, um tom de urgência com a escalada do conflito no Oriente Médio.

"A RJC foi criada para um momento como este", disse Norm Coleman, presidente da Coalizão. "Para garantir que os Estados Unidos apoiem Israel para fazer o que for necessário para eliminar o Hamas".

"Isto é sobre o bem contra o mal. Vocês, ou estão com Israel, ou estão com as pessoas que massacram mulheres, crianças e idosos, e os sequestram", disse a presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna McDaniel, dando o tom do evento.

"Os Estados Unidos estão com os israelenses em sua missão de assegurar que o Hamas seja dizimado e que todas estas atrocidades sejam vingadas", sentenciou Trump, alfinetando o presidente Joe Biden, mas evitando atacar seus adversários republicanos.



Trump, que lidera as pesquisas para as primárias republicanas, mas é pressionado por seus problemas judiciais, arrancou aplausos ao prometer defender Israel "como ninguém nunca fez".

"O conflito entre Israel e o Hamas não é um conflito entre lados iguais. É uma luta entre a civilização e a barbárie", disse, referindo-se ao ataque sem precedentes lançado pelo Hamas em 7 de outubro contra Israel, e que deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

- "Quimioterapia cultural" -

O evento começou com uma notícia surpreendente logo pela manhã, quando o ex-vice-presidente de Trump, Mike Pence, anunciou sua saída da corrida eleitoral. "Não é a minha hora", disse.

Fora disso, os discursos foram marcados pela retórica de críticas ao governo do democrata Joe Biden e declarações de apoio a Israel.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, qualificou o ataque do Hamas como "o mais letal dos ataques contra o povo judeu desde o Holocausto".

Segundo colocado nas pesquisas, De Santis também evocou, assim como outros pré-candidatos, o receio de uma escalada antissemita nas universidades americanas, defendendo uma ofensiva legislativa, além de um cerco econômico aos centros de ensino, bem como medidas migratórias contra estudantes estrangeiros.



DeSantis prometeu cancelar os vistos de estudantes que se manifestarem a favor dos palestinos, uma posição compartilhada pelos pré-candidatos que discursaram antes dele.

"Precisamos de uma quimioterapia cultural para lutar contra este câncer", disse o senador Tim Scott.

"Qualquer estudante que defender assassinato e terrorismo deve ser expulso do campus. Qualquer estudante com um visto que promover o genocídio, deve ser deportado", acrescentou o senador.

O empresário Vivek Ramaswamy foi um dos mais moderados, embora tenha insistido em que não há meio termo em sua solidariedade a Israel, advertindo que Washington deve dar um apoio diplomático contundente ao aliado, mas manter suas tropas à margem do conflito.

Este ano, com a escalada da violência no Oriente Médio, após o ataque do Hamas a Israel, a segurança do evento foi reforçada com medidas extraordinária e ampla mobilização de forças de ordem.

A reunião, que contou com adesões de última hora, como o recém-eleito nomeado presidente da Câmara de Representantes, Mike Johnson, também serviu para homenagear as vítimas israelenses do conflito.

Além das mais de 1.400 vítimas fatais reportadas por Israel, as autoridades israelenses afirmam que o grupo islamista mantém 230 reféns sequestrados na Faixa de Gaza, a maioria israelenses.

Enquanto isso, o ministério da Saúde do Hamas informou, em seu último boletim, neste sábado, que 7.703 pessoas, a maioria civis, morreram nos bombardeios israelenses contra Gaza.